sábado, 26 de outubro de 2013

Equilíbrio

Há tempos venho lendo matérias sobre as novas tendências no mundo do vinho. Uma delas é para vinhos menos alcoólicos, menos concentrados, mais elegantes e por aí vai...Em partes concordo com essa premissa, entretanto, na minha opinião, temos que buscar o equilíbrio em todos os aspectos do vinho. Um exemplo claro foi o vinho que degustei na noite de ontem, O Poggio Al Tesoro Sondraia Toscana IGT 2009. O vinho estava em perfeita harmonia. Teor alcoólico? 15% sua graduação. Agora pergunto, é muito alto? Para alguns é um exagero, “fora de moda”, pesado etc. Analisando O Sondraia IGT 2009 verifiquei que, não só o teor alcoólico, mas todo o conjunto estava em perfeita sintonia. Vinho prazeroso de se tomar, nada enjoativo, fino, polido e muito elegante sim. Sem falar no seu maravilhoso frescor. Não fiquemos adstritos a modismos e paradigmas. De que adianta ficarmos julgando uma garrafa de vinho pela sua graduação alcoólica? Vinho é para ser tomado com moderação independentemente da sua graduação, afinal ele é o grande aliado da refeição. Se ele for o par ideal para o seu almoço ou jantar, de maneira equilibrada, saudável e prazerosa, qual é o problema de ter, 13, 14 ou 15 graus de álcool? Dentro do universo do vinho tinto oscilam mais ou menos entre esses teores. Nesse mesmo passo, não quer dizer que o vinho que tenha 13% de teor alcoólico esteja equilibrado. Tendências a parte, eu fico com o equilíbrio. Um ótimo final de semana a todos!
Ficha técnica Sondraia IGT 2009
 Produtor: Poggio Al Tesoro
 Castas: 65% Cabernet Sauvigon, 25% Merlot e 10% Cabernet Franc
 País/Região: Itália/Toscana - Bolgheri
 Amadurecimento: 18 meses em barricas de carvalho 
 Teor Alcoólico: 15%
 Potencial de Guarda: 15 anos
 Valor/grf: R$ 210,00

terça-feira, 20 de agosto de 2013

El Sueño Gran Reserva Malbec 2009!

Bem, hoje dedico o presente espaço ao projeto de Mario Geisse feito na Argentina - Mendoza - Lujan de Cuyo. Acho que todos já sabem, Mario Geisse está por trás de uma linha de espumantes de qualidade impecável feita em Pinto Bandeira - Bento Gonçalves/RS. No começo do ano tive o imenso prazer de visitar a vinícola (Cave Geisse) e constatar a excelência de cuidados na elaboração dos espumantes. A linha toda, ao meu ver, é uma das melhores do Brasil. Mas nem só de espumantes vive a Cave Geisse. El Sueño é um projeto de vinhos tintos, conduzido por Mario Geisse, sendo um Malbec na Argentina, um Carmenere e um Cabernet Sauvingon no Chile. Seleção de "Terroirs" combinada com suas respectivas castas. Degustando o El Sueño Gran Reserva Malbec 2009 verificamos que a filosofia usada para os espumantes, é mesma usada para os tintos. Vinho com boa intensidade aromática e equilíbrio em boca. O destaque ficou por conta da acidez que o deixa bem fresco e escolta perfeitamente a fruta sem deixá-lo enjoativo. Outro fato que chamou a atenção foi sua pequena evolução. Embora 2009, notou-se que o mesmo tende a evoluir muito bem nos próximos 3 ou 4 anos. 50% do vinho é amadurecido em barricas de carvalho durante 12 meses, o que contribui com um toque de complexidade. Madeira, taninos e álcool (14,5%) bem encaixados. Gastronômico e alheio a muitos malbecs com alto teor de doçura e fruta que normalmente nos deparamos por aí. Valor - R$ 60,00. Recomendo!  


segunda-feira, 20 de maio de 2013

Italianíssimo Rosso Del Conte 2001!

E os aplausos de hoje vão para o inegável vinho italiano Rosso Del Conte 2001.
Feito com a uva Nero D'avola, uma das mais simbólicas do sul da Itália, este vinho é um grande aliado gastronômico. Tasca D'Almerita, produtor reputadíssimo da Sicília , é responsável por este, e mais outros 18 (dezoito) rótulos que exprimem exatamente o terroir originário, o qual sofre bastante influência mediterrânea e vulcânica. 
Prova disto, abrimos e conferimos este belíssimo Nero D'avola, que embora estivesse com mais de dez anos de seu engarrafamento, ainda estava com grande potencial.

Com muita personalidade, apresentou aromas de ameixas secas em calda, azeitonas pretas, nuances animais, algo defumado, pedra de isqueiro e madeira úmida. Em boca muita elegância combinada com robustez, confirmando as ameixas secas do aroma com acidez impecável. Bem polido e com longo e belo final.
 Para quem é fã de Nero D'avola, ficará ainda mais depois de experimentar o Rosso Del Conte!

Um brinde a todos!



                                                           Ficha Técnica:
                                                    Produtor: Tasca D'almerita
                                                               País: Itália
                                                            Região: Sicília
                                                               Safra: 2001
                                                         Uva: Nero D'avola
                                                          Teor Alcoólico: 14%
                                                 Temperatura de Serviço: 18º/20º  
                                                       Valor no Brasil: R$ 275,00
                                                                  
       

segunda-feira, 15 de abril de 2013

2ª Confraria de Baco!


Na noite do dia 03/04/2013 tivemos mais um capítulo da nossa Confraria de Baco. Aliás, belo capítulo!
Com todos o Srs. Confrades presentes novamente, pudemos degustar grandes vinhos, discutir sobre eles, surpreender-nos positivamente com alguns, com outros nem tanto, afinal esse é o intuito da Confraria de Baco. Por enquanto estamos degustando vinhos com estilos parecidos, sem alguns pequenos critérios, que a meu ver são importantes, mas não imprescindíveis. Não levemos também regras ao pé da letra, pois estamos apenas começando uma longa e bela jornada. Aliás, em tudo que há excesso de regras acaba sendo inoportuno, e com o vinho não é diferente. Ainda assim,  a fim de evitarmos injustiças para com os vinhos, em algumas degustações, quando acharmos cabível, separaremos os mesmos por castas, safras, as vezes por países e regiões, objetivando extrair o que cada terroir, em suas particularidades, tem a nos oferecer. De qualquer forma, estaremos sempre num constante e prazeroso aprendizado. Com o vinho assim sempre será! E vamos aos vinhos degustados na excelente noite que tivemos:

Primeiramente fizemos prova somente de vinhos com a casta Pinot Noir e de nacionalidade Argentina. Destaque para a elegância e complexidade do Chacra Barda Pinot Noir 2010, Custo/Benefício do Saurus Pinot Noir 2009 e concentração e finesse do Alma Negra Pinot Noir 2010. Vamos a eles:


CHACRA BARDA PINOT NOIR 2010 (Rio Negro - Patagônia - Argentina) - Vinho elaborado pela Bodega Chacra, produção de boutique comandada por Piero Incisa Della Rocchetta, sobrinho do renomado Marquesi Incisa Della Rocchetta, proprietário da Tenuta San Guido e produtor de um dos vinhos mais emblemáticos da Itália, o Sassicaia. Piero adotou preceitos orgânicos e biodinâmicos e sua linha de  Pinot Noirs Chacra foi considerada como uma das melhores do novo mundo segundo a crítica especializada. Na minha opinião o mais complexo e elegante dos Pinots degustados. Embora com menos concentração no quesito fruta, sua diversidade aromática e equilíbrio fizeram a diferença. Bem aveludado e com ótima acidez, talvez seja um dos poucos sul-americanos que timidamente se aproxime ao estilo borgonhês. Vinho para ser tomado levemente refrescado (14º) para enaltecer sua fruta. Persistência média. Houve divergência de opiniões entre os confrades. Valor - R$ 140,00.

SAURUS PINOT NOIR 2009 (Neuquén - Patagônia - Argentina) - A Família Shroder, sob consultoria de Paul Hobbs, elabora este rótulo com ótima relação custo/benefício (R$ 65,00). Estilo fácil de agradar, com boa concentração e fruta. Macio, com taninos bem moldados e acidez correta. A boa maturação das uvas nesta safra confere-lhe 14% de álcool, que na minha opinião, está um pouquinho fora do contexto, mas nada que comprometa. Servir-lo em torno de 14º de temperatura. Boa aceitação por parte dos confrades.

ALMA NEGRA PINOT NOIR 2010 (Tupungato - Mendoza - Argentina) - Exemplar muito bem feito por Ernesto Catena. Aliás, a maioria dos vinhos elaborados sob o comando da família Catena é sinônimo de qualidade, dispensando assim maiores apresentações. Este Pinot alia concentração e finesse, contendo boa diversidade aromática e equilíbrio no palato. Fruta sem exageros, acidez e álcool bem integrados. Final limpo e de média persistência. Vinho agradável e correto, inclusive no preço (R$ 76,50) em  se tratando de um Pinot Noir bem feito. Boa aceitação por parte dos confrades.

Na segunda etapa foram escolhidos dois exemplares do velho mundo e um do novo mundo. Vinhos generosos e com grande potencial de envelhecimento. Sem objetivar comparações, mesmo porque são vinhos diferentes, pudemos degustá-los numa mesma etapa em função do alto teor de concentração e álcool. Vinhos que harmonizaram muito bem com o jantar sem prejudicar a qualidade de cada um. Ao contrário, pode-se perceber as variantes de maneira surpreendente que cada um guardava dentro da garrafa. Vamos a pequena abordagem sobre eles:

AMARONE DELLA VALPOLICELLA CAMPO CASALIN 2006 (Itália) - Produção de Michelle Castelani. Composição clássica de três uvas: 75% Corvina Veronese, 20% Rondinella e 5% Molinara. Fantástico Amarone. Aroma refinadíssimo e de grande intensidade. Algo de cereja em calda, ameixa, alcatrão,  caramelo, madeira nobre e algo terroso. Muito equilíbrio neste conjunto. Em boca é potente,  classudo e moderno ao mesmo tempo. Embora tenha muita longevidade e ainda possa evoluir, já está ótimo para se beber. Possui 15,5% de álcool, mas com perfeito equílibrio. Ótima persistência com acidez impecável. Amadurece por 30 meses em barricas de carvalho francês. Muito bem classificado por parte dos confrades. Valor - R$ 260,00

MAS LA PLANA CABERNET SAUVIGNON 2007 (Espanha) - Na região de Penedès, Miguel   Torres criou este  particular Cabernet Sauvignon. Como já havia comentado anteriormente neste mesmo blog, ocasião em que degustamos o Mas La Plana 2005, vinho de muita qualidade e longevidade. Diga-se de passagem, espero degustar outras safras e colocar minhas impressões aqui novamente. Sinceramente, se o líquido da safra 2005 ainda estava "jovem", imagine o de 2007. Embora de surpreendente equilíbrio, notou-se que poderíamos extrair seu melhor daqui alguns bons anos em garrafa. Minha decisão de colocá-lo na degustação, embora soubesse que sua melhor evolução se daria futuramente, partiu da intenção de mostrar um vinho Cabernet Sauvingon com tipicidade um pouco diferente, a fim de fugir dos usuais Cabernets Sul-americanos. Mais uma vez surpreendente no nariz e com excelente equilíbrio em boca, embora taninos e acidez estivessem bem evidentes. Indiscutível e muito bem classificado por parte dos confrades. Valor - R$ 265,00

COBOS BRAMARE MARCHIORI VINEYARD MALBEC 2007 (Argentina) - Andréa Marchiori e Luis Barraud, juntamente com a consultoria do talentoso Paul Hobbs, colocaram este malbec entre os mais aclamados da Argentina. Em Luján de Cuyo, região de Mendoza, estão antigos vinhedos pertencentes ao pai de Andréa, nos quais são extraídas uvas de extrema qualidade. O resultado é este poderoso vinho que, pra quem gosta de malbecs cheios de fruta, estará diante de um verdadeiro banquete. Vamos deixar claro que embora tenha uma grande carga de frutas, os taninos, juntamente com a ótima acidez ajudam a balancear o vinho. Aliás, penso que todo este conjunto está jovem demais! Não transmitiu sequer algum esboço de evolução. Vinho para durar anos em garrafa! Estruturadíssimo, potente e com toque licoroso em boca, sua persistência foi evidenciada por todos os confrades. Pressa é uma palavra que não combina com este vinho, portanto se alguém tiver uma garrafa dessa em casa espere um pouco mais para abri-la. Agora, se o bolso deixar, compre algumas garrafas para fazer um teste agora e outros mais tarde. Risos. Altíssima classificação por parte dos confrades. Valor - R$ 423,00.

Deixo aqui meus agradecimentos aos Srs. Confrades pela presença.
Confrades: Altino Pinto, Carlão Karseg, Dú Fernandes, Ivan Garcia, Luciano Salgado, Juliano Salgado, Amaury Sobrinho e Cassio Jamil Ferreira.

Saúde a todos e até breve com mais um capítulo da Confraria de Baco!









domingo, 17 de março de 2013

Confraria de Baco!

Iniciamos na quarta-feira (13/03/2013) a "Confraria de Baco", evento mensal que visa degustar variados tipos de vinhos, atentando-se para relação custo/benefício, vinhos de boutique, novidades e sobretudo, com maior ênfase, nos considerados grandes vinhos! Logicamente, a harmonização dos mesmos com jantares complementa o contexto do evento.
O que não podemos deixar de destacar é a relação amistosa que temos com os confrades, que ao longo do tempo como clientes viraram nossos amigos e graças a eles pudemos enfim, colocá-la em prática.
Discorro abaixo um breve relato sobre os vinhos degustados:

DE MARTINO VIEJAS TINAJAS CINSAULT 2011 - Grande surpresa do Guia Descorchados 2012 na categoria "Outras Cepas Tintas", dividiu opiniões entre os confrades. Trata-se de um vinho interessante ao meu ver em função de seu método de produção e sua casta, a Cinsault, uva muito difundida nas regiões do Rhône e Languedoc Roussillon, na França. Sua vinificação se deu em centenárias ânforas de barro, modo pouco usual nos dias de hoje. Aroma de média intensidade, destacando-se frutas vermelhas maduras e notas herbáceas. Na boca, se mostrou fresco, frutado, de taninos bem moderados e bem fácil de beber. Média persistência. Vinho para ser tomado jovem e em torno dos 14º/15º de temperatura.

LOMA LARGA MALBEC 2008 - Vinho de botique produzido no Chile, mais precisamente no Vale de Casablanca. Malbec (95%) e Syrah (5%), sem filtragem. Vinho com boa tipicidade. Fruta moderada, taninos evidentes mas de boa qualidade e ótima concentração. Embora com 14,5% de álcool, mostra-se equilibrado com o conjunto. 12 meses de amadurecimento em barricas de carvalho. Boa aceitação entre os confrades.

SANTA RITA MEDALLA REAL GRAN RESERVA CARMENERE 2008 - Vinho elaborado pela linda e grandiosa vinícola Viña Santa Rita, este carmenére (Valle de Calchagua) contou com aromas de frutas negras maduras, herbáceo moderado, especiarias, café e tostados advindos dos 14 meses de confinamento em barricas. Na boca foram remetidos os aromas, com predominância para o tostado e café. Boa aceitação entre os confrades.

ALTAIR SIDERAL 2008 - Vinho elaborado pela Viña Altair (Chile) com curioso corte de 70% de Cabernet Sauvignon, 20% Merlot e os outros 10 % divididos entre as castas Carmenére, Syrah, Cabernet Franc e Petit Verdot. Ótima intensidade de aromas, com cassis, groselha e especiarias. Na boca é bem saboroso, com predominância das referidas frutas maduras, com bom equilíbrio, e especiarias doces. Ótima persistência dos sabores. Grande aceitação por parte dos confrades.

CAMPO AL MARE BAIA AL VENTO 2008 - Super Toscano de grande prestígio, elaborado por Ambrosio e Giovanni Folonari e ganhador Super Trestelle do Guida Oro I Vini Di Veronelli de 2013.
"Jovem", este tinto transmitiu coloração púrpura com baixíssima evolução em seu halo. No nariz, cassis, ameixa em forma de doce passando a licor. Tuti-frutti ao final das frutas. Especiarias, couro e madeira nobre. Na boca, muita concentração, volume e potência, mas ao mesmo tempo elegante e muito fino.Toque licoroso de frutas escuras na boca também. Persistência ótima que deixa saudade ao final. Grande vinho! Unânime por parte dos confrades.

AALTO TEMPRANILLO 2005 -  Cultuado tinto espanhol que merecia estar em nossa primeira confraria. Tomamos a liberdade (sem avisarmos...rs) de coloca-lo às cegas na degustação e "tentarmos" arrancar suspiros sem a visualização do rótulo. E claro, não poderia ser diferente, impressionou desde seu derrame na taça. Embora 2005, estava muito brilhante, de coloração púpura, não transmitia sinais de evolução apesar de já algum tempo em garrafa. Aromas complexos de frutas negras maduras misturando-se com côco queimado, notas balsâmicas, café e algo defumado ao final. Em boca, bastante concentração, álcool (14,5%) bem equilibrado, acidez e taninos corretíssimos, embora ache que esse conjunto ainda melhorará daqui mais alguns anos. Final muito persistente e prazeroso. Belíssimo vinho! Também unânime por parte dos confrades.

Com essas delícias, um risoto com ragu de cordeiro, preparado com maestria pelo nosso amigo e Chef Alex Nassar, acompanhou perfeitamente. Frise-se que seu restaurante em Avaré/SP está para ser inaugurado e com certeza será uma referencia para toda região.

Obrigado Alex, e a todos os confrades que compareceram, os Drs. Luciano e Juliano Salgado, Ivan Garcia, Carlão Karseg, Amaury Sobrinho, Altino Pinto, Cássio Jamil Ferreira e Dú Fernandes.

Nos veremos no dia 03/04/2013 para mais um capítulo de excelentes líquidos e conversa boa. rs

Wagner Jr.









sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Bourdeaux tinto honesto

Hoje vamos falar de um tinto de Bourdeaux que é perfeitamente compatível com seu preço, o Chateau Le Tuileries 2010. Ultimamente temos encontrado bons custo/benefícios de Bourdeaux e este certamente entra para o rol. Embora seja um vinho simples, suas características foram surpreendentes de certo modo. Com um corte de 80% Merlot e 20% Cabernet Sauvignon, apresentou o seguinte: Coloração rubi brilhante com reflexos violetas. No nariz boa diversidade de aromas com média/baixa intensidade. Em primeiro frutas negras maduras como, ameixa, mirtilo e cassis. Leve cereja ao fundo também. Algo herbáceo, com notas de cacau e café. Depois de um tempo na taça apareceu pimentão verde, acompanhado de um acento mineral. Na boca é redondo e com baixo aporte tânico, mas com boa acidez. Notas achocolatadas são remetidas com boa cremosidade. Só deixou a desejar um pouco na persistência. No geral trata-se de um bom vinho pois, seu preço fica entre R$ 55,00 a R$ 60,00. Saúde!


                                                       
        
                                                         Ficha técnica:
                                              Vinho: Chateau Les Tuileries
                                                         País: França
                                                    Região: Bourdaux
                            Castas: Merlot (80%) Cabernet Sauvignon (20%)
                                             Graduação Alcoólica: 13%
                                       Produtor: Chateau Les Tuileries
                                                           




sábado, 26 de janeiro de 2013

Grechetto de Qualidade! Grecante 2010 - Arnaldo Caprai

Sempre tivemos um carinho especial pelos vinhos brancos e, quando o calor rouba a cena, a relação de proximidade com eles inevitavelmente aumenta.
Na noite quente de ontem não poderia ser diferente, elegemos um vinho branco para abrilhanta-la.
Elaborado a partir da casta Grechetto, uva que compõe o famoso vinho da Umbria, o Orvieto, trouxe consigo um ótimo equilíbrio acompanhado da assinatura de um dos maiores nomes da região, Arnaldo Caprai - excelente produtor que ganhou notoriedade fazendo experiências em sua propriedade vinícola, modernizando técnicas de elaboração e levando seus vinhos com a uva sagrantino num nível altíssimo de qualidade.
O Grecante 2010 - Grechetto Colli Martani foi preza fácil para nossos paladares. Sem passagem por madeira, este vinho apresentou-se fresco e muito agradável, com as seguintes caracteristicas:

Coloração amarelo palha com tons esverdeados. No nariz, floral intenso, seguido de fruta branca fresca como pêra, citrinos de grapefruit e abacaxi. Aroma lácteo e de noz presentes também. Na boca é  delicado, com boa cremosidade e acidez na medida certa. A toranja prevalece na boca, tornando o final muito agradável e com ótima persistência. O álcool (13%) entra com perfeição no conjunto. Equilíbrio é o fator chave  deste vinho. Muito bom. 
Saúde! 
                                            



                                                  Ficha técnica:
                        Vinho: Grecante 2010 - Grechetto Colli Martani
                                                  País: Itália
                                               Região: Umbria
                                              Casta: Grechetto
                                         Graduação álcoólica: 13%
                                        Produtor: Arnaldo Caprai
                                                Valor: R$ 80,00

                                                       

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Citto Volpaia Toscana IGT 2010 - Orgânico de Ótimo Custo Benefício!

          Hoje tenho um boa dica para quem gosta de vinhos italianos de ótima relação qualidade/preço. Fiz a prova do Citto Volpaia Toscana IGT. Trata-se de um vinho orgânico feito com Sangiovese e uma pequenina parcela de Cabernet Sauvignon. Elaborado por Castello di Volpaia, em Chianti Clássico, mais precisamente em Radda In Chianti, seu terroir é bem particular, com altitudes entre 450 e 650 metros, com exposição perfeita de sudeste a sudoeste. Segundo o produtor, várias experiências foram feitas com porta-enxertos, clones, sistema de podas, densidades, tudo isso em solos pobres, arenosos e permeáveis a fim de se produzir o melhor vinho possível. O resultado aponta para elegância, suculência, finesse, e foi o que encontramos no Citto Volpaia IGT 2010.
Detalhadamente apresentou:
Coloração rubi intenso, com lágrimas abundantes e lentas. No nariz, ameixa, cereja, cacau e especiarias. Em boca se mostra com boa estrutura, encorpado e com taninos presentes. Acidez bem marcada mas integrada ao conjunto. No geral percebe-se que mais um tempinho em garrafa o deixará um pouco mais domado, mas já está ótimo para consumo. Excelente relação custo/benefício, pois vinho italiano nessa faixa de preço (R$ 55,00) e com esse conjunto em harmonia dificilmente se encontra. Saúde!





Ficha Técnica:

Vinho: Citto Volpaia IGT 2010
País: Itáia
Região: Toscana
Castas: Sangiovese e Cabernet Sauvignon
Graduação Alcoólica: 14%
Amadurecimento: Tanques de Aço Inoxidável
Produtor: Castello di Volpaia
Sugestão de Guarda: 5 anos
Preço: R$ 55,00

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Faboleux Clos de La Coulée de Serrant 2005!!




Essa experiência eu não podia deixar de dividir com vocês. O Coulée de Serrant, vinho biôdinâmico francês produzido por Nicolas Joly, é uma fabula. Este grande nome da viticultura biodinâmica é responsável por colocar a casta Chenin Blanc num patamar de qualidade dificilmente visto antes. As uvas são extraídas de sete hectares de vinhas plantadas pelos monges cisterciens em 1130. Não é usado qualquer tipo de fertilizante químico e as influências ambientais são totalmente respeitadas. Todo o cuidado com as vinhas é refletido num vinho curioso e muito longevo. Para se ter uma idéia, o restaurante D'amici no Rio de Janeiro, possui em sua carta de vinhos as safras de 1973, 1989, 1990, 2004 e 2005 do Coulée de Serrant.
Seja que safra for, este vinho necessita de uma preparação particular. O produtor aconselha decantá-lo por três dias antes de degustá-lo. Isso mesmo, três dias. Nossa decisão de sorvê-lo foi na manhã que antecedia a ceia de natal, já que o prato principal a ser servido na mesma seria um belo pernil de porco acompanhado de farofa de frutas secas. E assim foi. Audaciosamente, abrimos a garrafa e deixamos o vinho no decanter respirando por cinco horas, desrespeitando os três dias sugeridos pelo produtor. Ao colocarmos na taça, nos deparamos com um líquido amarelo ouro muito brilhante.  Sua concentração já era bem visível também. No nariz, surpreendente. Flores brancas, toques cítricos de lima e toranja, frutas secas - damasco, baunilha, mel e no fundo um leve oxidado. Na boca esbanjou complexidade. De belíssima estrutura e acidez impecável, seu gosto de frutas secas permaneceu por longos minutos! Seus 15º de álcool só eram lembrados quando olhávamos para a garrafa. Conjunto de extremo equilíbrio, mas sua acidez salivante pedia um bocado do pernil apetitoso que a nossa frente estava. Com a farofa de frutas secas acompanhando,  finalmente ficamos de joelhos! Vinho altamente gastronômico, sendo indicado apenas para este fim.

Saúde!

Ficha técnica:

Vinho: Clos de La Coulée de Serrant
País de origem: França
Região: Vale do Loire
Casta: Chenin Blanc
Graduação Alcoólica: 15º
Temperatura de serviço: 12º/14º
Vinificação: colheita feita manualmente, com fermentação em barricas de 500 litros, sem controle de temperatura, e depois estágio em barricas francesas, sendo 5% novas por oito meses.
Valor: R$ 496,00