segunda-feira, 15 de abril de 2013

2ª Confraria de Baco!


Na noite do dia 03/04/2013 tivemos mais um capítulo da nossa Confraria de Baco. Aliás, belo capítulo!
Com todos o Srs. Confrades presentes novamente, pudemos degustar grandes vinhos, discutir sobre eles, surpreender-nos positivamente com alguns, com outros nem tanto, afinal esse é o intuito da Confraria de Baco. Por enquanto estamos degustando vinhos com estilos parecidos, sem alguns pequenos critérios, que a meu ver são importantes, mas não imprescindíveis. Não levemos também regras ao pé da letra, pois estamos apenas começando uma longa e bela jornada. Aliás, em tudo que há excesso de regras acaba sendo inoportuno, e com o vinho não é diferente. Ainda assim,  a fim de evitarmos injustiças para com os vinhos, em algumas degustações, quando acharmos cabível, separaremos os mesmos por castas, safras, as vezes por países e regiões, objetivando extrair o que cada terroir, em suas particularidades, tem a nos oferecer. De qualquer forma, estaremos sempre num constante e prazeroso aprendizado. Com o vinho assim sempre será! E vamos aos vinhos degustados na excelente noite que tivemos:

Primeiramente fizemos prova somente de vinhos com a casta Pinot Noir e de nacionalidade Argentina. Destaque para a elegância e complexidade do Chacra Barda Pinot Noir 2010, Custo/Benefício do Saurus Pinot Noir 2009 e concentração e finesse do Alma Negra Pinot Noir 2010. Vamos a eles:


CHACRA BARDA PINOT NOIR 2010 (Rio Negro - Patagônia - Argentina) - Vinho elaborado pela Bodega Chacra, produção de boutique comandada por Piero Incisa Della Rocchetta, sobrinho do renomado Marquesi Incisa Della Rocchetta, proprietário da Tenuta San Guido e produtor de um dos vinhos mais emblemáticos da Itália, o Sassicaia. Piero adotou preceitos orgânicos e biodinâmicos e sua linha de  Pinot Noirs Chacra foi considerada como uma das melhores do novo mundo segundo a crítica especializada. Na minha opinião o mais complexo e elegante dos Pinots degustados. Embora com menos concentração no quesito fruta, sua diversidade aromática e equilíbrio fizeram a diferença. Bem aveludado e com ótima acidez, talvez seja um dos poucos sul-americanos que timidamente se aproxime ao estilo borgonhês. Vinho para ser tomado levemente refrescado (14º) para enaltecer sua fruta. Persistência média. Houve divergência de opiniões entre os confrades. Valor - R$ 140,00.

SAURUS PINOT NOIR 2009 (Neuquén - Patagônia - Argentina) - A Família Shroder, sob consultoria de Paul Hobbs, elabora este rótulo com ótima relação custo/benefício (R$ 65,00). Estilo fácil de agradar, com boa concentração e fruta. Macio, com taninos bem moldados e acidez correta. A boa maturação das uvas nesta safra confere-lhe 14% de álcool, que na minha opinião, está um pouquinho fora do contexto, mas nada que comprometa. Servir-lo em torno de 14º de temperatura. Boa aceitação por parte dos confrades.

ALMA NEGRA PINOT NOIR 2010 (Tupungato - Mendoza - Argentina) - Exemplar muito bem feito por Ernesto Catena. Aliás, a maioria dos vinhos elaborados sob o comando da família Catena é sinônimo de qualidade, dispensando assim maiores apresentações. Este Pinot alia concentração e finesse, contendo boa diversidade aromática e equilíbrio no palato. Fruta sem exageros, acidez e álcool bem integrados. Final limpo e de média persistência. Vinho agradável e correto, inclusive no preço (R$ 76,50) em  se tratando de um Pinot Noir bem feito. Boa aceitação por parte dos confrades.

Na segunda etapa foram escolhidos dois exemplares do velho mundo e um do novo mundo. Vinhos generosos e com grande potencial de envelhecimento. Sem objetivar comparações, mesmo porque são vinhos diferentes, pudemos degustá-los numa mesma etapa em função do alto teor de concentração e álcool. Vinhos que harmonizaram muito bem com o jantar sem prejudicar a qualidade de cada um. Ao contrário, pode-se perceber as variantes de maneira surpreendente que cada um guardava dentro da garrafa. Vamos a pequena abordagem sobre eles:

AMARONE DELLA VALPOLICELLA CAMPO CASALIN 2006 (Itália) - Produção de Michelle Castelani. Composição clássica de três uvas: 75% Corvina Veronese, 20% Rondinella e 5% Molinara. Fantástico Amarone. Aroma refinadíssimo e de grande intensidade. Algo de cereja em calda, ameixa, alcatrão,  caramelo, madeira nobre e algo terroso. Muito equilíbrio neste conjunto. Em boca é potente,  classudo e moderno ao mesmo tempo. Embora tenha muita longevidade e ainda possa evoluir, já está ótimo para se beber. Possui 15,5% de álcool, mas com perfeito equílibrio. Ótima persistência com acidez impecável. Amadurece por 30 meses em barricas de carvalho francês. Muito bem classificado por parte dos confrades. Valor - R$ 260,00

MAS LA PLANA CABERNET SAUVIGNON 2007 (Espanha) - Na região de Penedès, Miguel   Torres criou este  particular Cabernet Sauvignon. Como já havia comentado anteriormente neste mesmo blog, ocasião em que degustamos o Mas La Plana 2005, vinho de muita qualidade e longevidade. Diga-se de passagem, espero degustar outras safras e colocar minhas impressões aqui novamente. Sinceramente, se o líquido da safra 2005 ainda estava "jovem", imagine o de 2007. Embora de surpreendente equilíbrio, notou-se que poderíamos extrair seu melhor daqui alguns bons anos em garrafa. Minha decisão de colocá-lo na degustação, embora soubesse que sua melhor evolução se daria futuramente, partiu da intenção de mostrar um vinho Cabernet Sauvingon com tipicidade um pouco diferente, a fim de fugir dos usuais Cabernets Sul-americanos. Mais uma vez surpreendente no nariz e com excelente equilíbrio em boca, embora taninos e acidez estivessem bem evidentes. Indiscutível e muito bem classificado por parte dos confrades. Valor - R$ 265,00

COBOS BRAMARE MARCHIORI VINEYARD MALBEC 2007 (Argentina) - Andréa Marchiori e Luis Barraud, juntamente com a consultoria do talentoso Paul Hobbs, colocaram este malbec entre os mais aclamados da Argentina. Em Luján de Cuyo, região de Mendoza, estão antigos vinhedos pertencentes ao pai de Andréa, nos quais são extraídas uvas de extrema qualidade. O resultado é este poderoso vinho que, pra quem gosta de malbecs cheios de fruta, estará diante de um verdadeiro banquete. Vamos deixar claro que embora tenha uma grande carga de frutas, os taninos, juntamente com a ótima acidez ajudam a balancear o vinho. Aliás, penso que todo este conjunto está jovem demais! Não transmitiu sequer algum esboço de evolução. Vinho para durar anos em garrafa! Estruturadíssimo, potente e com toque licoroso em boca, sua persistência foi evidenciada por todos os confrades. Pressa é uma palavra que não combina com este vinho, portanto se alguém tiver uma garrafa dessa em casa espere um pouco mais para abri-la. Agora, se o bolso deixar, compre algumas garrafas para fazer um teste agora e outros mais tarde. Risos. Altíssima classificação por parte dos confrades. Valor - R$ 423,00.

Deixo aqui meus agradecimentos aos Srs. Confrades pela presença.
Confrades: Altino Pinto, Carlão Karseg, Dú Fernandes, Ivan Garcia, Luciano Salgado, Juliano Salgado, Amaury Sobrinho e Cassio Jamil Ferreira.

Saúde a todos e até breve com mais um capítulo da Confraria de Baco!









2 comentários:

  1. BRAMARE é o verdairo caldo... muito bom !! triste é estar fora da minha faixa monetaria ..KK

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